Imagine
Alberto Arcela
Terra de todos os ritmos e paraíso de todas as cores, João Pessoa aos poucos consolida a sua vocação para sediar grandes e melhores eventos, atraindo um público diversificado de várias gerações.
Foi assim com o forró de verão e com o carnaval de rua, com os shows intimistas a exemplo da recente apresentação de Djavan, sucesso absoluto de público e crítica, e assim será com a segunda edição do Imagineland, já confirmado para o segundo semestre.
Menina dos olhos dos eventos e do show business nacional, o recanto bonito do Brasil, que continua cada vez mais bonito, escancara de vez as potencialidades que a cidade tem e oferece, ao mesmo tempo em que o poder público investe em polos culturais, abrindo portas para a realização de novos e maiores projetos nas artes cênicas.
Na mesma pegada, o centro histórico assiste a chegada de investidores que buscam nos casarões seculares, motivos e inspiração para alimentar essa sede de cultura e entretenimento para construir um admirável mundo novo, com institutos, museus e novos palcos para a realização de shows.
E tudo isso com um número recorde de turistas, um público adicional para lotar nossos teatros e consolidar de uma vez por todas o que já estava escrito nas estrelas há muito tempo.
Afinal de contas, o que não falta por aqui é talento para fazer essa roda girar. A tal da roda viva que está presente nas melhores rimas e nas mais festejadas interpretações da nossa música popular.
Só sinto falta de Glória, a menina que cantava feito anjo e foi dar glória a Deus nas alturas e por isso hoje a sua cadeira está vazia. Gostaria muito de oferecer a ela o teto e o pão, para ela não ter de partir tão cedo e tão jovem.
Gente que a gente quer bem e que não viu tudo se transformar. E não pôde assistir de camarote a esse novo tempo que veio para ficar. E que por ser multicultural, está bebendo na fonte do rio, onde tudo começou, para desembocar no mar.
O bom é que o resultado dessa conjunção é um povo feliz. Que vai levando a vida assim, cantando, atuando, pintando e sorrindo porque com certeza o sonho não acabou.
Pelo menos aqui, no país das maravilhas, na terra como no céu e no sertão que vem ao mar, parodiando Geraldo Vandré, um dos mais brilhantes nativos de sua geração.
Nesse contexto, o Imagineland , por representar a contento a vanguarda, simboliza em parte essa retomada de um movimento que sempre existiu e que contribuiu com sua resistência para que ocupasse o lugar que sempre foi seu.
Só vou torcer para que ele seja amplo e irrestrito de verdade, ao ponto de promover uma revolução cultural com manifestações de todos os gêneros e de todas as formas.
Que voltem, portanto, as semanas de teatro, os festivais de verão, os musicais e a arte popular e que a cidade, enfim, respire talento e conhecimento.
E também vamos ocupar as ruas, as salas e as galerias com o que nós sabemos fazer de melhor. E estender o tapete vermelho para receber quem vem de fora aplaudir e incentivar a nossa arte.
A arte que dá o maior orgulho de morar aqui.A melhor arte, no melhor lugar do mundo.