Com bandeira vermelha em vigor, energias renováveis ganham protagonismo estratégico

A permanência da bandeira vermelha no mês de julho, que implica em um acréscimo de R$ 4,46 para cada 100 kWh consumidos, acende um alerta sobre os custos crescentes da energia elétrica no país. O acionamento mais intenso das usinas termelétricas, motivado pela estiagem que compromete os reservatórios, pressiona diretamente o valor das contas de luz e impacta consumidores residenciais, industriais e do agronegócio.
Diante desse cenário, as fontes renováveis, em especial a energia solar, ganham ainda mais relevância como soluções eficazes para reduzir custos, garantir previsibilidade orçamentária e promover segurança energética. Na Paraíba, o avanço desse setor é notável. Apenas no primeiro semestre deste ano, mais de cinco mil novas conexões fotovoltaicas foram registradas em imóveis urbanos e rurais, indicando um crescimento expressivo da geração descentralizada.
Especialistas apontam que, diante da instabilidade tarifária, investir em energia solar deixou de ser uma decisão apenas sustentável para se tornar uma medida estratégica. Empresas e produtores rurais têm adotado soluções híbridas, como sistemas próprios com armazenamento, parcerias com usinas solares e contratos personalizados, buscando minimizar a exposição às oscilações do mercado de energia.
Além do aspecto econômico, a adesão à energia limpa fortalece compromissos com políticas ambientais e critérios ESG, que vêm sendo cada vez mais valorizados por consumidores, investidores e instituições públicas.
Outro ponto de atenção é a importância da manutenção de incentivos fiscais à geração distribuída. Isenções como a do ICMS sobre a energia gerada e consumida localmente têm sido fundamentais para estimular o crescimento do setor e tornar a transição energética mais acessível.
Em tempos de contas de luz mais caras, as energias renováveis surgem como ferramentas indispensáveis não apenas para preservar o meio ambiente, mas para garantir eficiência e sustentabilidade financeira. A tendência é que mais consumidores e empresas enxerguem na geração própria uma alternativa sólida, inteligente e necessária para enfrentar os desafios do presente e do futuro energético do Brasil.