Casarão 34 recebe exposição têxtil contemplada com prêmio da Lei Aldir Blanc

A Galeria Casarão 34, localizada no Centro Histórico de João Pessoa, recebe a partir desta quarta-feira (16) a exposição “Linha Motriz”, da artista visual Louise Gusmão, vencedora do edital da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB). A mostra segue aberta à visitação até o dia 16 de maio, com entrada gratuita, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
A iniciativa é promovida pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) e marca o início da execução dos projetos contemplados pelos editais da PNAB nos equipamentos culturais da capital.
“É um momento muito especial para nós, da Funjope, começar a acolher os projetos vencedores da Política Nacional Aldir Blanc. Isso mostra a força dessa política cultural, da qual participamos desde o ano passado, e que agora começa a dar frutos concretos”, destacou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Segundo ele, o trabalho de Louise Gusmão se destaca pela delicadeza e profundidade estética. “A exposição é fruto de uma pesquisa criteriosa e apresenta uma linguagem potente da arte têxtil que dialoga com temas sociais relevantes”, avaliou.
Louise Gusmão comemora a aprovação de seu projeto no edital e convida o público para visitar a mostra. “Minhas expectativas são as melhores possíveis. Essa exposição foi feita com muito carinho e espero que as pessoas possam vivenciar essa experiência”, afirmou.
Arte, política e feminismo
“Linha Motriz” é resultado da pesquisa de mestrado em Artes Visuais desenvolvida pela artista no Programa Associado de Pós-Graduação da UFPB/UFPE. A exposição parte da investigação de técnicas manuais tradicionais — como bordado e costura — para discutir a subjetividade e materialidade na arte contemporânea.
A artista propõe uma ressignificação de elementos do cotidiano, transformando-os em obras críticas que abordam temas como a condição da mulher, a violência de gênero, a precarização do trabalho feminino, o cuidado, e os padrões estéticos impostos pela sociedade.
“A apropriação de técnicas têxteis tradicionalmente associadas ao universo feminino é, em si, um ato político e feminista. O corpo que borda e costura é um corpo em movimento, em transformação”, explicou Louise Gusmão.
A exposição convida o público à reflexão e à participação crítica, provocando novos sentidos e significados a partir da arte têxtil contemporânea.